A Primavera

Edited by Elliana Shillig

Transcribed by Elliana Shillig

Como bela d'entre os gelos
surge a doce primavera!
Que almo fogo, que magia
o sopro seu regenera!

Como é lindo n'esta quadra
ver a manhã despontar;
em rósea, dourada nuvem
as sombras afugentam!

Entre arroios cristalinos
brilham do vale os verdores;
entre as relvas das campinas
fulgura o matiz das flores.

O atento ouvido sente
o tronco d'amor estala...
e os olhos penetrantes
os germes desabrocham!...

Já de regiões ignotas,
alados povoadores
vem a nosso doce clima
dar impulso a seus amores.

Em nós mais se acende a vida,
mais deseja o coração;
o prazer tem mais requinte,
é mais forte a sensação.

Os sons têm mais harmonia,
mais relevo a natureza;
suas tintas são mais vivas,
seus quadros têm mais beleza.

Os ventos, encadeados
não nos virão despertar
no silêncio mais profundo
pôde a noite suspirar.

Aziagas, longas horas
para crimes destinadas,
serão horas de delícias,
ao dorme á amor consagradas.

A PRIMAVERA.

Como bella d'entre os gêlos
Surge a dôce primavera !
Que almo fogo, que magía
O sôpro seu regenera !

Como é lindo n'esta quadra
Vêr a manhã despontar ;
Em rósea, dourada nuvem
As sombras afugentar!

Entre arroios crystallinos
Brilham do valle os verdores ;
Entre as relvas das campinas
Fulgura o matiz das flôres.

O attento ouvido sente
O tronco d'amor estalar...
E os olhos penetrantes
Os germes desabrochar !...

Ja de regiões ignotas,
Alados povoadores
Vem a nosso dôce clima
Dar impulso a seus amores.

Em nós mais se acende a vida,
Mais deseja o coração ;
O prazer tem mais requinte,
É mais forte a sensação.

Os sons tem mais harmonia,
Mais relèvo a natureza ;
Suas tintas são mais vivas,
Seus quadros tem mais belleza.

Os ventos, encadeados
Não nos virão despertar
No silencio mais profundo
Póde a noite suspirar.

Aziagas, longas horas
Para crimes destinadas,
Serão horas de delicias,
Ao somno á amor consagradas.

26 July 2022

26 July 2022